Olá dezáinas, tudo bem?

Hoje vamos conversar sobre um dos assuntos MAIS pedidos aqui no blog e um dos mais polêmicos, sim ele mesmo: PAPÉIS!

Antes de tudo, uma coisa que queremos tirar da sua cabeça é: quando se trata de papéis para uma determinada ferramenta, marcadores por exemplo, não existe papel ruim. O que existe são papéis específicos para determinados efeitos ou técnicas, ou seja, cabe a você escolher com qual você mais se identifica.

E é isso que buscamos com esse post. Dar a você uma série de informações baseadas nos nossos testes e nas suas dúvidas, para que encontre o papel certo para aquilo que está buscando.

Qual o papel mais indicado? Qual a gramatura ideal? O que é um papel bom para marcador? Quem está curioso?! Então vamos lá!

Primeiro, vamos apresentar à vocês as marcas e modelos analisados, lembrando que todos JÁ SÃO papéis indicados para marcadores:



Lista de todos os papéis:


Papel Copic Custom Paper
Papel Copic Premium Bond
Papel Copic PM (Pencil /Marker)
Papel Copic Soft Watercolor
Papel Copic Thick Marker
Papel Copic Manga Natural White
Papel Copic Manga Pure White
Papel Copic Manuscript
Papel Canson The Wall
Papel Canson XL Marker
Papel Canson XL Bristol
Papel Canson Imagine

Depois dessa MEGA apresentação, vamos para os nossos testes! Para tentar sanar as principais dúvidas usamos 8 parâmetros de comparação.

TESTE 1: Limite de intensidade de cor

Se você já leu nosso post sobre esse assunto, sabe da importância disso para criar camadas e aquele acabamento que parece impresso. Decidimos avaliar a intensidade da cor de 2 formas: na primeira, observando a transição de intensidade entre 6 camadas de tinta; e em seguida, sobrepondo 6 camadas em um retângulo para verificar a uniformidade do preenchimento antes e depois de seco, ou seja, pintamos a metade superior do retângulo com 6 camadas e depois a outra metade com mais 6 camadas e avaliamos, após seco, se houve a formação de manchas na união dessas duas etapas. A cor usada foi a B04 Tahitian Blue.



Os papéis Copic Soft Watercolor, Copic Custom Paper , Copic Premium Bond , Copic Thick Marker , Copic Mangá ManuscriptCanson XL BristolCanson Imagine entregam bastante contraste entre as camadas, o que facilita, por exemplo, trabalhar com degradês com uma ou mais cores. No segundo teste, estes mesmos papéis também apresentaram uma melhor eliminação das manchas causadas pelas sobreposições de camadas. Os papéis Copic PMCopic Mangá Pure White e Canson XL Marker, apresentaram um bom contraste, mas apareceram mais manchas nas sobreposições da segunda etapa.

TESTE 2: Absorção da tinta após o traço

Nesse teste, o intuito foi mostrar como os papéis absorvem a tinta, e se esta se espalha ou não pelo papel à medida que adicionamos camadas de cor. Usamos 3 triângulos: no primeiro foi aplicado 1 camada, no segundo 3 camadas e no terceiro 6 camadas. A cor usada foi a B01 Mint Blue.



Como podemos perceber, cada papel absorve a tinta de uma maneira. Mas dos 12 papéis, o que mais chama atenção aqui é o Copic Soft Watercolor, onde a tinta se espalha para muito além dos limites do desenho à medida que adicionamos camadas. Isso pode ser bom, se você quiser uma pintura com um visual aquarelado e irregular. Mas pode ser ruim se quiser precisão nos detalhes.

TESTE 3: Blender

A cor 0 Colorless Blender têm mil e uma possibilidades de uso. Uma delas é aplicar sobre outras camadas de cor, e usá-la como solvente, para remover a tinta. No teste, analisamos a aplicação do círculos com 0 Colorless Blender por 3 segundos, com a base de cor ainda úmida (do lado direito) e ligeiramente seco ( do lado esquerdo).



Nesse teste, comprovamos que sobre a tinta seca, o efeito do 0 Colorless Blender é maior, independente do papel. Vimos ainda que o efeito é diferente em cada papel. O papel Copic Thick Marker nos impressionou pela capacidade de remover praticamente toda a tinta vermelha. E o Copic Soft Watercolor e o Canson XL Marker diluíram bastante a cor, porém com efeitos diferentes entre si.


TESTE 4: Degradê

Esse sem dúvidas é um dos testes mais requisitados: o resultado do blending, ou mistura de cor, nos papéis. Nesse caso, tentamos ao executar o mesmo degradê usando o Kit Copic Sketch 3 cores Color Fusion 6 , seguindo as técnicas ensinadas no livro Start With 12 Colors.



Algumas considerações: a textura extremamente lisa dos papéis Copic Custom Paper , Copic Premium Bond , Copic Manga Natural WhiteCopic Manuscript facilitou bastante a sobreposição de camadas. No Copic Soft Watercolor não é necessário fazer diversas camadas para elas se misturarem, mas a execução exige um pouco de técnica para controlar o início e fim de cada cor. Nele, e no Copic Thick Marker a uniformidade do preenchimento, e a intensidade das cores são imbatíveis. Em contrapartida, o Copic Premium Bond , o Canson XL Bristol e o Canson Imagine exibem uma textura branca das fibras. E por fim, o mais diferente de todos é sem dúvida o Copic Pure White , que deixa a marca de cada pincelada. Incrível para quem busca um efeito de pintura.


TESTE 5: Multiliners

Quem nunca borrou uma arte final ao passar a mão ou ao usar marcador que atire a primeira pedra. Fizemos esse teste para mostrar que o nanquim não é o único culpado e que o papel também tem seu peso. Para isso, fizemos alguns traços com a Copic Multiliner e, em diferentes tempos de secagem, passamos o dedo por cima e em outro teste passamos o marcador por cima.



Percebemos que no passar do dedo, a maioria dos papéis não borra. Atenção apenas aos papéis Copic PM , Copic Natural White , Copic Pure WhiteCanson XL Marker e Canson Imagine , que podem marcar ao passar o dedo imediatamente após o traço. Contudo, na hora de passar o marcador sobre a arte final, é preciso mais cuidado e um pouco mais de tempo até a secagem do nanquim. Os papéis Copic PM , Copic Soft Watercolor , Copic Pure WhiteCanson XL MarkerCanson Imagine precisam de mais de 1 minuto para não haver qualquer borrão.

TESTE 6:  Lápis de Cor

Uma prática muito comum de nossos criativos é o uso de técnicas mistas, ou seja, em conjunto com os marcadores, são usados lápis de cor e aquarela. Pensando nisso, achamos importante avaliar também as diferenças neste cenário. Neste teste foram usados os lápis profissionais Derwent Drawing (não aquarelável) , e o Derwent Watercolour (aquarelável, mas aqui sem usar água).



O resultado mais visível é a textura grossa do Copic Thick Marker , Copic Pure White , Canson The WallCanson XL Marker e Canson Imagine . Já o Copic PM surpreendeu pela deposição de pigmento e vibração da cor, mesmo não tendo uma textura tão evidente. E por fim, a ressalva é o comportamento do Copic Soft Watercolor com lápis de minas mais secas. Com o atrito da ponta, suas fibras longas se levantam e/ou saem junto à ponta do lápis. O melhor é usar lápis macios, como o Derwent Drawing .

TESTE 7: Aquarela

Ainda no gancho das técnicas mistas, testamos também o comportamento dos papéis com lápis aquarelado. Foi usado o lapis Derwent Watercolour e um pincel Derwent Waterbrush . No desenho da esquerda, foi primeiramente aplicado o lápis e depois aquarelamos com o pincel. E nos da direita, passamos o pincel na ponta do lápis e depois passamos o pincel no papel.



Para essa análise, vale ressaltar que nem todos os papéis são indicados para aquarela e não suportam grandes quantidades de água. Mesmo assim, tivemos boas surpresas, como o Copic PM e o Canson XL Marker. Já entre os papéis que são indicados para aquarela/técnicas (são eles o Copic Soft Watercolor , Copic Thick Marker , Canson ImagineCanson The Wall e Canson XL Bristol) o Canson Imagine e o Copic Thick Marker foram os que mais gostamos pela absorção correta da água e pela valorização da cor.


TESTE 7: Impressão

E por fim, mas não menos importante, o teste de impressão! Misturar técnicas digitais e analógicas pode ser muito interessante: você pode imprimir linhas, molduras, textos ou qualquer outra coisa que vier em mente para valorizar o trabalho que está desenvolvendo. Nesse teste, usamos uma impressora monocromática laser HP m201dw.



Nesta análise, percebemos que o Canson ImagineCopic Thick markerCanson The Wall não fixaram corretamente a tinta do toner. E os papéis Copic Custom Paper , Copic Natural White , Copic Manuscript ,  Canson XL MarkerCanson XL Bristol foram os que conseguiram o maior detalhamento e pigmentação do preto.

Se você leu até aqui, provavelmente já sabe que o papel bom ou ruim é aquele que permite obter o resultado que você está buscando com mais facilidade. Papéis do tipo estudante/escolar não deixam de ser uma alternativa, mas tendem a ter um desempenho menor. Aqui testamos apenas papéis de nível artístico/profissional e recomendamos que tente investir em papéis apropriados antes de achar que não se adaptou a algum material.

Se estiver iniciando com marcadores, os papéis Copic Custom PaperCopic Premium Bond são, na nossa opinião, os que possuem o melhor custo-benefício para extrair o máximo dessas canetas.

Esperamos que tenham gostado e que sintam-se ainda mais seguros usar seus materiais de desenhos e investir no seu desenvolvimento.

E se sobrou alguma dúvida, gostaria de ver o teste com outros papéis… Fale para a gente!

Até a próxima.

Beijos!



*Observações dos testes:
 
    1.  O papel Autograph Board é feito com o papel Copic Custom paper, assim, o teste dele pode ser validado com o mesmo resultado do papel Copic Custom Paper.
   2.  O Sketchbook Copic Premium Bond Small e o Sketchbook Copic Premium Bond Large é feito com o papel Copic Premium Bond, assim, o teste dele pode ser validado com o mesmo que o papel Copic Premium Bond.
    3. As fotos foram editadas igualmente para realçar as diferenças de cada papel.